quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Pras horas que eu perco.

Nos momentos sem fim da espera
.
.
.
Há a alegria de ter um lápis!
Que a moral vai pro inferno eu sei.
Mas e os homens de boa vontade?

Ano novo

Que o meu sal junto ao mar
crie um sentido maior
que eu não possa entender.
E que eu acredite nisso.
E nos homens de boa vontade.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ainda falo

A conversa depende do conhecimento prévio dos que se propõem ao diálogo. Ouviu? Entre tantas coisas mais, usar palavras em excesso pode vir a causar pane numa mente bem treinada. Em pensar que cada palavra se completa em si e quase sempre leva consigo outras tantas. Em pensar. Nem pensar. Mas penso.
Pausa para manutenção. Recesso. Retrocesso.
Se eu explicar mais eu nunca mais.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Um monte de várias coisas numa só.
Nunca se está completamente desacompanhado.
Tem os barulhos de dentro e fora.
Não tem sossego.
Sempre/agora.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

hehe

Sem cura pro meu mal,
abra a ferida e jogue sal.
Eu Caio, etc e tal.

Sobre más possibilidades

Quando bota na cabeça que não dá pra controlar
o aperreio passa, dá vez ao conformismo.
Se na vida as mudanças são inevitáveis
não há muito mais o que falar:
é de se entregar de mão beijada.

Remediado está o que não tem remédio..

Vou preparar um chá,
me enganar,
pegar um bicho de pé
ou outra coisa qualquer,

mas não pode ser coisa pouca
pra que eu não veja minha trapaça:
disfarçar a monotonia com pedaços de agonia.
Se eu descubro, perde a graça.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Palavras não explicam mais.

Confundem-se entre suas muitas possibilidades,
assim como nós.
E nem por isso estamos cansados.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Heroína



Sem apologia.
Eu te salvo,
você vicia.

domingo, 5 de setembro de 2010

Dizer sem voz

Falar somente o necessário.
Eu não achava que era bom,
até que me provaram o contrário.
Falar pouco é pra poucos,
ficar rouco é pros outros.



sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Falta de inspiração

Tudo que eu digo
já foi dito
de um modo mais bonito.

O que eu faço?
Levanto a questão.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ratos de laboratório

Teóricos com suas barbas
e óculos
numa sociedade mais ou menos secreta
do caos.

Eles também não sabem o que fazer.

Dos momentos de exaltação

Apresso o passo
e acho que só eu sou. Só isso.

Minha vista turva me diz sobre olhar de um ponto novo.
Não quero usar óculos agora. Agora não.
Agora eu quero as cores.
E de tanto, ter dor de cabeça.
Eu quero a dor vermelha.
Pois tenho em que me apoiar
- minhas muletas queridas -
minhas drogas diárias.
- Delícias.

Fast food

Precipito-me ao precipício de ser
na pressa dos que tem fome.
Você tem fome de quê?
Tenho um nó no estômago.
Tenho um pensamento faminto.

Rápido! Eu não posso esperar.

Me soma.
Me dá comida.
Me enche a barriga.

sábado, 31 de julho de 2010

Coragem

e dedos cruzados -
se eu acreditasse nisso.

Mas pra coragem
só posso contar comigo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sobre o que eu penso

Desculpem.
Meus pensamentos devem parecer tão redundantes aos olhos alheios, que se eu ficasse na cabeça de alguém e usasse seus olhos por 15 minutos (como em Quero Ser John Malkovich) para me observar, provavelmente conseguiria ver o quanto eu sou sem graça e ficaria muito sem jeito. Isso acontece com frequência quando se descobre perspectivas inovadoras.
Mas acontece que enquanto eu só posso contar com a minha cabeça para pensar, penso que tudo bem eu ser assim.
Meus melhores pensamentos tratam sempre dos mesmos temas. É que eu, por algum motivo, escolhi umas espécies de tópicos principais pra se pensar numa vida e tudo parece girar em torno disso. Como se eu estivesse numa busca constante por alguns pensamentos ideais, originais e puros - ou simplesmente os meus próprios.
Como eu sei que alcançar a meta não é o objetivo principal, tento aproveitar o caminho das tentativas frustradas. Sinto muito, mas não me parece a melhor opção vestir a camisa velha e furada dos conceitos prontos vindos de televisões, altares e placas de trânsito e tomá-los como pílulas da verdade e da vida.
O que eu sei é que cada vez que eu penso - acreditem - é diferente. Vocês têm que ver como é sensacional quando consigo ver uma coisinha a mais num pensamento antigo. Por isso que eu não canso e não deixo pra lá. Dificilmente considero o assunto por encerrado, apesar de saber daquela velha condição humana que me deixa - só às vezes- com vontade de ser marciana.
E se aos seus olhos eu me repito é por que se trata dos seus olhos.

domingo, 11 de julho de 2010

Waking life

Sonhos loucos
repetitivos
intensos
e reais

lindos
lindos
lindos

cenas cotidianas
com algo a mais

tipo agora...

Já é hora de acordar (?)

Ainda com os olhos fechados eu repasso cada detalhe.
Pra ver se consigo deixar a vida mais sonho.
Pra ver quais segredos meus eu consigo capturar.
Pra não perder a fé no mistério.

Pra esse mundo sério: meu sono.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

[...]

Eram os deuses astronautas?

Nós que somos um pouco deuses
e que sabemos que todos o são, às vezes...
Esquecemos de avisar aos desinformados.
Eliminamos uma possível potencialização da raça.

Por que a gente é, mas alguém teve que colocar isso numa frase, num filme, numa cena na rua. Algo teve que ser revelado em algum momento pra que o que estava solto no ar fosse capturado e tornado real.
E então nós soubemos.
Há sempre o perigo que corremos ao divulgar tal fato para egosinflados, mas creio que esses já sabem que são por demais. Esses deviam ser lembrados de sua condição humana, talvez. Não são desses que falo. Porque nós que sabemos, sabemos também e antes de qualquer coisa que é possível sermos deuses e humanos. Mas falo daqueles que seguem sem saber que há um ponto que nos eleva e por isso são menos e por isso nós somos menos, pois eles não sabem da possibilidade de ser mais, então não somos para eles mais que meros semelhantes mortais.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Das faltas

Minha falta de pulso
por causa da falta de ar...
As faltas me completam.
E as dúvidas. Não sei se inspiro ou se sopro.
Fico sem respirar.
Eu ser assim me mata.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ao novo
meu velho
bem-vindo
no tapete
da porta
aqui de casa.

Lembrete

Para não esquecer dos sonhos...

Variáveis

D[EU]S bateu em minha porta.
Quem és tu? Pergunto EU.
Tantas versões tens.

Você é muitos e eu também.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

ando, endo, indo

ando esquecendo de rimar
é que estou vendo poesia
nos meios das frases
e em tudo da vida

indo de encontro com a plenitude do verbo flanar.

Fora de foco

Não vejo futuro
Por isso vivo o presente
Esse que me dei
- Viva!

Fico grata
Com cada eterno minuto
Um mais lindo e confuso
Que o outro

Um muito sem perspectiva.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Alta estação

Tem horas que faltam palavras na boca. A voz fica rouca e a garganta seca. E quando chegam - atrasadas - tais palavras custam caro demais: os olhos da cara e seus canais lacrimais.

Melhor calar-se e economizar para tempos mais em conta.

Sobre o fedor de um esgoto a céu aberto

o mau cheiro penetra os poros
e não tem jeito
antes que se acostume
o vômito vem cumprir seu papel:
mudar a ordem das coisas

eis o vômito e seu protesto
ele força pra fora as agonias
de forma suja
prum mundo mal lavado

nessa ânsia
virando-se ao avesso
tenta um outro modo de ser
faz reciclagem
inventa um novo fim,
uma saída alternativa

pra mudar a rotina

domingo, 28 de março de 2010

E agora, José?

acontem as coisas
e a gente fica alí..

acontecendo

terça-feira, 9 de março de 2010

Reticências...

Numa quarta-feira de cinzas
Choveu

Seu sal no meu:
dois cúmplices.

Me sobra apenas eu.
Tão sóbria quanto sombria
entre espirros, silêncios
e essa falta de sintonia.

[...]
Na espera do tempo que passa.

domingo, 7 de março de 2010

re-caída

Falta força
e palavras não me sustentam mais.

A carne é fraca.

Fico tonta
e
desmaio
no seu
suor.

terça-feira, 2 de março de 2010

Falta de coleguismo

meu nariz
por um triz
deu errado
ninguém elogia o coitado

que inveja ele tem do meu sorriso..
amarelo

ainda por cima
resolveu não colaborar
fez pacto com a poeira,
o gato, o cachorro e a geladeira.

Não posso chegar perto
que começo
a espirrar..

ô nariz, ponha-se no seu lugar.
Deixa de agonia
somos uma equipe
trabalhe em sintonia.
Manda essa alergia pra lá.

¬¬

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

who are you?

O mendigo da esquina;
O viciado em cocaína;
O ladrão com a arma na cabeça da menina.

"Isso é um saco,
que mundo mais seco,
eles merecem um soco."

Diz seu nariz empinado
alheio
Sua bochecha rosa
na moda

E agora?
Quem somos nós na história?

A teoria da complexidade me atola.

Sol

Tentei seguir você
e me perdi

Fiquei sem você
e não quis

em cima de mim é o seu lugar.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Criei coragem

Com sal e limão.

sonhos lúcidos

sonho que estou num sonho
de perseguição

Está decidido.
Nesse sonho
não vou esperar ser salva.
"- Nesse não."

Agora eu sou minha heroína.

Injeto-me.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Gato Mia

Desce do salto!
No escuro todo mundo é preto.
O que vale é o tato, paladar e olfato..

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Amor, I love you.

pra falar de amor
acho que toda forma combina
seja o teatro, o cinema ou a rima

até declarações de amor
sem nenhum pudor
têm o seu valor

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A cidade

Em todas suas cores
formas
e sons

Ruas, praias, ladeiras e favelas.

Com todos seus atores
sejam mengigos
sejam senhores

Pretos, pobres ou gays.

Todos urbanos

são tão humanos!
Escute meu conselho.
Me pegue desprevenida
com seu jeito particular.
Me dê uma mordida
e me veja arrepiar.